domingo, 4 de outubro de 2009

LITERATURA

O que Diz, O que se Compreende, o que se Aprecia

A Obra literária traz em sua essência uma relação íntima com o mundo, por tanto, pode-se inferir que essa relação com o mundo, se processa no seguinte esquema: autor – obra – leitor – mundo, nessa tríplice relação são observados o caráter funcional, criativo, e receptivo que obra venha a ter para o leitor. No entanto, o autor que faz literatura tem apenas, o compromisso com a linguagem, e dela faz uso, em função do senso estético da língua. Por essa razão, não se deve cobrar um compromisso social, ou mesmo uma função para o texto literário, uma vez que ele, representa toda a subjetividade ficcional do autor, pode até abordar temas de ordem social, etc., porém seu objetivo se constituem em usar toda expressividade que a linguagem pode oferecer.
Compreender o texto literário, nada mais é do que a interação do leitor com o texto, e para compreender o texto o leitor o recria, partindo de experiências anteriores. Compreender não significa reproduzir o pensamento do autor, uma vez o texto está repleto de conotações e consequentemente de diversas interpretações que devem ser apreciadas pelo leitor. Ao lermos determinada obra literária, devemos compreender que a mesma está situada em determinada época, estilo, vida do autor e linguagem diferente dos dias atuais. Todo esse contexto deve ser observado ao interpretarmos a obra literária.
Segundo COMPAGNON, o mundo ficcional passa a ser a referência do leitor quando este se instala nele, suspendendo sua incredulidade e passando a acompanhar a ação supra-real, dessa forma, os leitores são colocados dentro do mundo da ficção e, enquanto dura o jogo, consideram esse mundo verdadeiro, até o momento em que se rompe o contrato de leitura, a famosa “suspensão voluntária da incredulidade”.(COMPAGNON, 1999, p. 137)
Baseado a recepção da obra, a literatura se constitui naquilo que ocorre quando o leitor lê, isto é, os recebedores é que determinam a recepção final do texto. Assim, pode-se considerar que os leitores recriam os textos que lêem.

GERSON RODRIGUES

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